Eu sou Rute Almeida, nascida no interior do Maranhão, onde minha infância foi marcada por desafios e determinação. Caminhava 6 km todos os dias para chegar à escola, carregando livros em uma sacola simples. Minha mãe, uma mulher batalhadora, sempre contava histórias de quando cantava na rádio de Floriano, Piauí, o que despertou em mim o desejo de ser cantora, mas minha voz não ajudava. À noite, subia na corcunda do meu pai para caminhar 3 km até a casa de um vizinho e assistir à televisão em preto e branco. O Jornal Nacional despertava em mim o desejo de ser igual àquelas mulheres, mas essa ambição adormeceu diante da realidade difícil.
 

Vivíamos em uma casa de barro, sem energia elétrica, e dependíamos da água de pote. Apesar das dificuldades, minha mãe me ensinou o valor do amor e do trabalho árduo. Desde pequena, me destacava em matemática, avançando de série no meio do ano. Aos 7 ou 8 anos, aprendi a empreender ajudando minha mãe a vender bordados feitos à mão. A casa era humilde, mas cheia de amor e cuidados dos meus pais, e isso me dava segurança e confiança.
 

Meu desejo de estudar me levou a sonhar com um curso de informática, mas o dinheiro não dava. Minha mãe, sempre determinada, foi à escola pedir uma bolsa para mim em troca de limpar o chão. O dono da escola, tocado pela nossa situação, me deu a bolsa integral em 1999 sem precisar limpar o chão. A generosidade daquele gesto mudou minha vida para sempre.

Aos 18 anos, comecei a trabalhar vendendo consórcios na Honda. Naquela época, vendia pouco, mas desenvolvi resiliência ao lidar com muitos "nãos" e persistir até conseguir um "sim". Até hoje, visito meu primeiro cliente quando retorno à cidade; ele e sua família me admiravam pela bravura. Esse aprendizado me preparou para o próximo passo.
 

Minha mãe conseguiu para mim um emprego formal como frentista em um posto de gasolina em 2000. Embora incomum para uma mulher na época, eu queria ajudar minha mãe e conquistar minha independência. Por motivos de saúde, precisei deixar o posto de gasolina e usei meus direitos trabalhistas para abrir uma loja de perfumaria em 2002. Desenvolvi um sistema de vendas por assinatura que foi um sucesso, mas um acidente grave me obrigou a fechar a loja. Fiquei um ano sem andar, enfrentando desafios psicológicos até me recuperar.
 

Após a recuperação, fui para a cidade grande em busca de novas oportunidades. Trabalhei como manicure e voltei ao consórcio, agora na Yamaha. Trabalhando em um shopping em Imperatriz, bati recordes de vendas, o que chamou a atenção da Fiat. Trabalhei lá, quebrando recordes mês a mês, e depois na New Holland, parte do mesmo grupo.

Em 2010, abri uma distribuidora de cestas básicas, mas quebrei, acumulando uma dívida de mais de 350 mil reais. Graças às conexões que fiz, montei uma representação do consórcio Rodobens em 2011 e me tornei investidora, adquirindo um patrimônio significativo.
 

Apesar do sucesso financeiro, senti a falta de liberdade e saúde. Em 2018, conheci Érico Rocha, que me inspirou a buscar um trabalho escalável. Estudei intensamente, o que me levou a uma depressão e doenças físicas e mentais. Durante a pandemia, migrei totalmente para o digital. Hoje, tenho liberdade de tempo e geográfica, vivendo no sítio e cuidando do meu pai idoso e da minha mãe, a mulher guerreira que sempre me inspirou. Trabalho no digital, valorizando a vida no campo com meus dois herdeiros caninos, Sr. Clark e Sr. Hulk.
 

Ao meu lado, está meu parceiro de vida e negócios, que compartilha comigo essa jornada de desafios e conquistas. Juntos, respiramos o ar puro, vivemos de maneira flexível e aproveitamos a liberdade que construímos.

Receber o Evangelho de Jesus Cristo há 15 anos foi um presente que me melhora a cada dia. A fé realmente move montanhas, e testemunhei várias se moverem diante de mim. Minha jornada me ensinou a nunca desistir e a ver os insucessos como estágios de lapidação.
 

Como capricorniana determinada e resiliente, acredito firmemente que "Com trabalho duro e fé inabalável, o impossível se torna apenas uma questão de tempo."